quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A voz da vida

Queria eu,
Viver mil vezes
Viver mil vidas bem vidas
Voar nos versos de uma valsa
Vagar nas velas de um veleiro.

Quem vê primeiro
Não vê defeitos
Eu vejo sonhos na ventania
Eu sinto inveja da alegria
Que vive livre num paraíso
Sem mais avisos nem nostalgias

As veias de meu corpo
São vertentes da virtude
A saúde vende a alma
Salva a minha, velha vida.

Volta o vulto que me leva
Para aonde não há volta
Enverniza minha pele
Envenena minha língua.

Viveria livremente
Se não fosse vulnerável
Mas sou a vítima que não fala
Sou a voz que sempre cala
A verdade numa cova.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...