Eu me sinto como a moldura de um quadro
Não sou o centro
Eu sou o lado
Meus sonhos ficam de canto
Meus sofrimentos são equiláteros
Não sou a obra
Sou um detalhe
Que tem valor
Mas pouco vale
Quantas vezes a minha dor
Se derramou sobre as pinturas
Fazendo delas traços borrados e cores turvas
Manchando as linhas e paisagens
Tornando as cores vagas miragens
Deformes e abstratas
Arte que eu mesma fiz
Mas que não passa de um retrato
Quadrilátero da minha alma
Magoada e infeliz.
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