domingo, 26 de junho de 2016

Crise da maior idade

Hoje acordei dramática...melancólica,
bucólica, nostálgica.
Sabe aqueles dias chuvosos, cinzentos que apertam o peito e a gente não sabe se chora de amor ou ri de saudade? Hoje admito, e bem de verdade acordei mais saudosa, procurei no passado um traço esquecido, um encanto perdido, um pouco de mim. Talvez eu devesse me orgulhar do que sou, do que me tornei: mulher decidida, moderna, com boa auto estima, segura de si e de suas escolhas, mas e a outra? A garota espontânea, insegura, bem humorada, um pouco atrevida, a garota que não sofria pelo futuro, pela espera, não desejava a matéria, sólida, só esperava uma brecha no mundo pra encontrar um momento e esboçar um sorriso.
Abismo. Parece que perdi a magia, as cores que preenchiam minhas fantasias ficaram mais pálidas, acho que é anemia. As fantasias ficaram mais lúcidas, me deram óculos, prefiro a miopia.
Como é estranho quando a gente cresce, desejamos os dezoito mas perdemos os dezessete...
É o mistério do tempo: ganhar alguns anos e perder outros tantos, adquirir a experiência da vida, mas perder no trajeto a inocência dos sonhos. Como é rir de si mesmo? Esqueci.
E agora milhares de vozes sussurram ao pé do ouvido ao pé da mente, são as lembranças, flashes que dançam por dentro do peito, lembranças, que como crianças passam correndo, ficamos torcemos para que elas fiquem por perto e fiquem pra sempre, mas elas nunca ficam, crescem de repente.
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