Mas não fico nua
Meus pés queriam andar por onde quisessem
Mas eu nunca deixo...
A mente que insinua.
As mãos são membros desimpedidos
Mas prendidas aos braços
Ficam detidas...
Se tornam detentas
A liberdade para mim é apenas um sonho
Que só fecunda na mente
Não passa de mito.
E não falo apenas do corpo
Escravo da consciência e do remorso
Falo do muro que limita a casa
Da vitrine que impede o alcance
Da atmosfera que separa a terra do espaço
Do cosmo que nem mesmo enxergo.
O mundo é uma prisão imensa
Que limita crenças
E afasta sonhos
Nele estamos presos e escravizados
Mas sem as correntes dos antepassados
Sem as grades convencionais.
Que não soframos com os velhos castigos
Há novos e dolorosos
Que substituem os antigos
E esses, nos fazem perceber,
Que mais que casas
Vivemos em cativeiros
Prisioneiros de nossas fronteiras
Impedidos por nossas próprias cercas.
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