quinta-feira, 18 de maio de 2017

Existência Transitória {faixa poema}




Invisível movimento... Sou o vento
Eu lamento estar tão próximo
E não sentir por onde passo
... Há pedaços de lugares onde estive
E que sempre junto
Cheiros e vestígios vão comigo
Tantas texturas acaricio
Mas não às sinto ao passar.
Quero o tato, quero o toque e o afago.
Sou a mão e o abraço
Entre mim cabe o espaço
Mas a liberdade onde está?
Confesso que não a conheço
Sou o abraço e o cativeiro.
Eu prendo a mim mesmo
E quem sempre quero perto
Mas há tempos estou cansado
Quero ir além do abraço... Sou pássaro
Conheço o mundo de longos vôos
De raros pousos
Conheço o céu e seus atalhos
A terra e seus caminhos
Meu ninho é onde paro
O céu é onde sigo
O horizonte é infinito
Vivo livre, vivo só.
Minhas asas vão abertas
Mas no peito algo aperta
É um nó, é um não.
Não é hora de voar, diz o tempo.
É momento de pousar
Criar raízes e curar as cicatrizes
Pois as aves morrem jovens
Enquanto as arvores envelhecem
A natureza me tece,
De  galhos abertos, folhas á espera...
A terra me concebe... Sou árvore
Semente que cresce
Olhe meus ramos
Eles acenam por anos
E a sombra que faço ofereço de graça
Infelizmente quem passa
Nem sequer me percebe
Desejo por isso passar por aqueles que passam por mim
Acariciar-lhes apele
Como um sopro e mais breve
Que uma brisa
Quem avisa chega antes
Vou distante forte e lento
Invisível movimento... Sou o vento
 

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