terça-feira, 31 de maio de 2011

Poema Clandestino




Ele se foi...
Se foi como a brisa que não deixa palavras
Apenas a vaga lembrança do adeus
Se foi, e consigo levou minha voz,
Agora meu peito parece uma foz
De onde deságuam milhões de lamentos
Lamento então... Por ele e por mim
Ele por que se foi, eu por que permiti
Sim... Eu o vi e deixei que partisse
Pois se eu insistisse seria pior
Maior seria a ferida
Extensão infinita de dor
Imensa seria a saudade
Doença que a mim invade
Nas tardes de solidão
Quem sente o peso da ausência
Procura alivio
Eu procuro o abismo
E o abraço invisível de quem eu perdi
Ele se foi...
E eu permaneço aqui
Tão solitária quanto uma estrada deserta
Tão infeliz quanto uma gota que seca
Na terra sedenta, eu seco por quem?
... Por alguém que partiu
Sem por que, sem motivo
Não deixo nem bilhete escrito
Nem sequer uma recordação.
É tarde para tê-lo de volta
E cedo para te pra sempre
Mas a porta é a prova evidente
De que incondicionalmente o espero
Ela está encostada
Para que quando ele volte
Não tenha sequer que bater
Não devia, mas sustento a espera.
Escrevo em segredo versos clandestinos
Mantenho-os tão escondidos
Quanto a dor que tenho tido
E sentido por aquele
Que deixou-me sem palavras...
E com as vagas esperanças das quais não abro mão.

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