domingo, 29 de maio de 2011

Filosofia sobre a semana

Segunda-feira:
Início do martírio semanal
Dia nostálgico
De nostálgicas lembranças
Que o domingo deixou
Para a segunda lembrar
Dia que não passa
Pois se arrasta como lesma
Que multiplica os minutos em horas infinitas.
Terça:
Dia de aparente equilíbrio
Agradável na medida do possível
Pois não carrega o remorso
Da segunda-feira
Nem a expectativa profunda
E transbordante da sexta.

Quarta-feira:
Às vezes a acho pior que a segunda
Pois ninguém a espera
Nem ao menos a insulta
Um dia sem adjetivos concretos
Mas de inquieta culpa
Por que é mais difícil ser o meio
O centro dos dias
Do que ser o início
E o fim da semana
Estranha ela surge no rastro da terça
Discreta ela some no sombra da quinta.

E da quinta o que eu diria:
Talvez eu dissesse que ela é a única
Que súbita pode acabar com um dia
Com a mesma facilidade que pode salvar a semana inteira.

Sexta:
Ansiosa espera
Almejada véspera
Talvez o dia mais cansativo
Mas que por instinto
Compensa todos os outros (dias)
Que por um ou outro motivo
Não se compara a ela.
E finalmente o sábado:
A redenção dos cansaços
A ressurreição dos churrascos
A folga eterna, amém.
Como um dia que é sagrado
Seja o sábado a nós mandado
Para consagrar nosso descanso.

E manso venha o domingo:
Tranqüilo como se espera
Pena que curto seja
Pena que nele encerra
Os dias confortadores
Enquanto nele inicia
Os dias “castigadores”
Os dias que nos fadigam.

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