quarta-feira, 4 de abril de 2012

Pedras não choram

 
Pedras não choram
Não sofrem de dor
Não sentem o sabor
Do fel de viver.
Às vezes desejo ser sólida e lúcida
Como uma pedra que nunca amolece
E nunca entristece seus dias com dúvidas
Talvez eu assim fosse mais forte
Mais dura e fria
No vigor de uma rocha
Não mais sentiria
A fraqueza humana
Nem sua covardia
Mas na verdade só me iludiria
Pois pedras não choram
Não por que são fortes
Mas por que ninguém
As concederam as lágrimas
Pedras não sofrem
Não porque são frias
Mas porque ninguém
As permitiu a vida
E bem assim são solitárias
Caladas numa tristeza muda
Num silêncio surdo
De uma superfície dura
Não sentem a dor,
Nem a solidão do abandono
Sem dono vivo
Sem rumo certo, são inocentes,
Machucam os pés mais imprudentes
E ferem as mãos desavisadas
Entretanto não são culpadas
... Estão sozinhas,
Às vezes numa estrada
Ou preciosas numa jóia
Cobiçadas ou esquecidas
Por isso agora,
Não quero mais ser como elas
Afinal pedras não choram
Porque não podem,
Se pudessem seriam úmidas
E é bem certo, elas são frágeis,
Às vezes cedem...
Quando se partem, às vezes sofrem,
Porque não podem ser sempre fortes
Ás vezes quebram,
Porque o destino de uma pedra
Ás vezes é duro
Ás vezes é frágil...

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